Resumo

O arroz (Oryza sativa L.) é cultivado em muitos países do mundo, com diferentes condições climáticas. Um grande número de estresses ambientais, tanto bióticos (fungos, bactérias, vírus, insetos) como abióticos (frio, seca, salinidade), limita a produtividade do arroz. Neste sentido, os criadores e os cientistas tentam criar linhas de arroz resistentes a múltiplos estresses. O objetivo deste trabalho foi selecionar linhas de melhoramento de arroz resistentes ao frio e ao rebentamento (RBLs) utilizando marcadores moleculares. O rastreio molecular de RBLs e variedades parentais para tolerância ao frio foi efetuado utilizando marcadores RM24545, RM1377, RM231 e RM569 associados a QTLs (qPSST-3, qPSST-7, qPSST-9). Descobriu-se que a presença de três QTLs caracteriza a resistência ao frio dos genótipos estudados e que a ausência de um deles leva à sensibilidade ao frio. Como resultado, foram identificadas 21 RBLs resistentes ao frio das 28 RBLs estudadas. Estas 21 RBLs resistentes ao frio foram ainda testadas quanto à resistência ao rebentamento utilizando os marcadores Pi-ta, Pita3, Z56592, 195R-1, NMSMPi9-1, TRS26, Pikh MAS, MSM6, 9871.T7E2b, RM224 e RM1233. Foi revelado que 16 RBLs de 21 linhas estudadas contêm 5-6 genes de resistência ao rebentamento. De acordo com a estratégia de resistência à explosão, a presença de cinco ou mais genes assegura a formação de uma resistência estável a Magnaporthe oryzae. Assim, foram desenvolvidas 16 linhas resistentes a múltiplos estresses, como o frio e o míldio. É de notar que seis destas linhas selecionadas são de alto rendimento, o que é muito importante no programa de melhoramento do arroz. Estas RBLs podem ser utilizadas no processo de melhoramento como linhas de partida, intercâmbio de germoplasma como fonte de genes resistentes para o desenvolvimento de novas variedades de arroz resistentes a múltiplos fatores de stress.

Palavras-chave:
Oryza sativa L.; linhas de melhoramento de arroz; resistência ao frio; resistência à explosão