RESUMO

A perspectiva de redução de aporte orgânico em bacias hidrográficas deve ser avaliada com base na capacidade de autodepuração dos corpos d’água nos quais serão despejados os efluentes brutos ou tratados. O objetivo do presente trabalho foi a avaliação da redução do aporte de carga orgânica afluente ao rio Poti, curso d’água que corta o município de Teresina, Piauí, Brasil, considerando-se diferentes condições de disposição final de esgotos domésticos. Para a estimativa de níveis de redução do aporte de carga orgânica foram empregados, de maneira combinada, o modelo de qualidade de água Qual-UFMG e a Programação Não Linear. Foram modelados três cenários de disposição final de efluentes. Para a apropriação das reduções dos aportes de carga orgânica, dois diferentes modelos de otimização foram utilizados, modelos que incorporaram restrições baseadas nos padrões de qualidade ambiental estabelecidos pelas Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) n° 357/2005 e n° 430/2011. Os resultados demonstraram que o esforço de remoção de carga orgânica estimado pelo modelo de otimização que não emprega medida de equidade entre lançamentos foi menor, independentemente do cenário de simulação analisado. Adicionalmente, nos cenários de simulação em que não foram considerados os padrões de qualidade para os efluentes, os esforços de remoção de carga orgânica foram menores, independentemente do modelo de otimização empregado.

Palavras-chave:
Programação Não Linear; modelo de qualidade de água; simulação computacional; tratamento de esgoto; modelo de otimização