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A associação entre o índice de atividade sistêmica e a severidade do olho seco em pacientes com síndrome de Sjögren primária

RESUMO

Objetivo:

O objetivo do presente estudo foi comparar a gravidade dos achados oculares e sistêmicos entre pacientes com síndrome de Sjögren primária.

Métodos:

O estudo seguiu um delineamento prospectivo controlado e compreendeu dois grupos; o grupo de teste incluiu 58 olhos de 58 pacientes recém-diagnosticados com síndrome de Sjögren primária com resultados deficientes no teste de olho seco e o grupo controle incluiu 45 olhos direitos de 45 indivíduos saudáveis pareados idade e sexo. A contagem do índice de doença da superfície ocular, osmolaridade lacrimal, teste de Schirmer I sem anestesia, tempo de ruptura da fluoresceína e coloração córnea-conjuntiva com verde de lissamina (índice de van Bijsterveld) foram utilizados para examinar a função lacrimal dos pacientes através de exame oftalmológico completo. Os resultados foram classificados com base em um relatório da “Dry Eye Workshop” e resultados do teste de coloração da córnea e conjuntiva, teste de Schirmer e teste do tempo de ruptura da fluoresceína. Desconforto, gravidade e frequência dos sintomas, sintomas visuais, injeção conjuntival, achados das glândulas palpebrais e sinais da córnea foram interpretados. A atividade da doença foi avaliada pelo índice de atividade da doença da síndrome de Sjögren EULAR por meio de exame sistêmico e avaliações laboratoriais, e o índice relatado pelo paciente da síndrome de Sjörgen EULAR avaliado através de uma pesquisa das respostas dos pacientes.

Resultados:

A média de idade dos pacientes foi de 48,15 ± 16,34 anos no grupo da Síndrome de Sjörgen primária e 44,06 ± 9,15 anos no grupo controle. O tempo médio de ruptura da fluoresceína foi de 4,51 ± 2,89 s no grupo síndrome de Sjögren primária e 10,20 ± 2,39 s no grupo controle. O resultado do teste de Schirmer I médio foi de 3,51 ± 3,18 mm/5 min no grupo síndrome de Sjögren primária e de 9,77 ± 2,30 mm/5 min no grupo controle. O índice médio de doença da superfície ocular foi de 18,56 ± 16,09 no grupo síndrome de Sjögren primária e 19,92 ± 7,16 no grupo controle. A osmolaridade média foi 306,48 ± 19,35 no grupo síndrome de Sjögren primária e 292,54 ± 10,67 no grupo controle. O resultado médio de coloração com lissamina verde foi de 2,17 ± 2,76 no grupo síndrome de Sjögren primária e 0,00 no grupo controle. Diferenças es­tatisticamente significativas foram encontradas entre o com sín­­drome de Sjögren primária e o grupo controle em termos de tempo de ruptura da fluoresceína lacrimal, teste de Schirmer I, coloração com lissamina verde e osmolaridade (p=0,036, p=0,041, p=0,001, p=0,001 respectivamente). O índice Estudo do Olho Seco foi de 2,15 ± 0,98, o índice de atividade da doença da síndrome de Sjögren EULAR foi de 11,18 ± 4,05 e a pontuação do índice relatado pelo paciente EULAR Sjögren foi de 5,20 ± 2,63. Quando associações potenciais do Estudo do Olho Seco e o índice da osmolaridade foram comparados a pontuação de índice de atividade da doença da síndrome de Sjögren EULAR, os resultados foram estatisticamente significantes (p=0,001, p=0,001 respectivamente).

Conclusão:

Os resultados mostraram uma associação entre a gravidade do olho seco e o índice de atividade sistêmica em pacientes com síndrome de Sjögren primária.

Descritores:
Síndrome de Sjögren; Síndromes do olho seco; Índice de gravidade de doença

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