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Romance, realismo e constituição em dois romances latino-americanos

Novel, Realism, and Constitution in Two Latin-American Novels

Resumo

O trabalho estuda a copresença do realismo literário e constitucional na narrativa latino-americana da violência, no caso, Cidade de Deus (1997), do autor brasileiro Paulo Lins, e Bicentenaire (2004), do haitiano Lyonel Trouillot. Tanto os textos realistas que aristotelicamente tratam personagens marginalizados num espaço-tempo com marcas locais quanto os textos também “realistas” que rousseauianamente tratam os governados sujeitos às normas cidadãs a serem aceitas e praticadas permitem uma apreciação que passa do gênero socioverbal convencionado a uma significação quer literária, quer política. Notando que a categoria de “identidade política” e a experiência de exclusão social unem estes realismos nos estudos literário-culturais e nos estudos constitucionais, pretende-se “ler” como “ato democrático” as escritas que ficcionalizam: a ausência do Estado brasileiro diante da violência periférica e a violência repressiva do Estado parapolicial haitiano durante manifestações de rua. Ao comparar os realismos e situar os contextos constitucionais, observa-se uma linguagem-mestre “iluminista” e “moderna” cujo exercício (re)produz o imperativo “democrático”.

Palavras-chave:
romance; constitucionalismo; violência; resistência; democracia

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