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Avaliação de fatores de risco para recorrência e desenvolvimento de epilepsia em pacientes com convulsões febris

Resumo

Antecedentes

Embora a convulsão febril (CF) seja geralmente considerada benigna e autolimitada, existem diferenças nos fatores de risco, prognóstico e desenvolvimento de epilepsia.

Objetivo

O objetivo foi examinar as características clínicas e sociodemográficas de pacientes diagnosticados com CF e determinar os riscos de recorrência e desenvolvimento de epilepsia.

Métodos

Trezentos pacientes com CF, acompanhados por pelo menos 24 meses, foram avaliados retrospectivamente entre 2015 e 2020.

Resultados

A primeira CF foi simples em 72,7% dos pacientes e complexa em 27,3%. CS foi recorrente em 40% dos pacientes. Encontrou-se que a idade da primeira CF inferior a 12 meses, CF complexa e atraso no neurodesenvolvimento aumentaram estatisticamente o risco de recorrência (p< 0,05). Epilepsia se desenvolveu em 7% dos pacientes. A epilepsia foi maior em pacientes com atraso no desenvolvimento neurológico e uso prolongado de drogas antiepilépticas (p< 0,001). A epilepsia se desenvolveu em 77,8% dos pacientes com eletroencefalograma (EEG) anormal. Uma diferença estatisticamente significativa foi determinada em pacientes com EEG anormal em risco de epilepsia (p< 0,001).

Conclusões

O atraso no neurodesenvolvimento foi um importante fator de risco para recorrência de CF e epilepsia. A anormalidade do EEG é um importante fator de risco para o desenvolvimento de epilepsia. O tratamento de profilaxia a longo prazo não diminuiu a recorrência de CS e o desenvolvimento de epilepsia.

Palavras-chave
Febre; Epilepsia; Convulsões Febris; Recorrência

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