Acessibilidade / Reportar erro

Efeito fungitóxico e características fitoquímicas de plantas daninhas do Cerrado brasileiro frente aos fungos Rhizoctonia solani e Macrophomina phaseolina

Resumo

O uso de produtos naturais obtidos de plantas, por exemplo, as plantas invasoras, oferece uma variedade de aleloquímicos com potencial fungicida. Tendo isso em vista, objetivou-se avaliar o potencial fungicida de extratos etanólicos de plantas do Cerrado sobre Rhizoctonia solani e Macrophomina phaseolina. Foi preparado o extrato hidroalcoólicos etanólico das 12 plantas apontadas como invasoras no Cerrado brasileiro (Anacardium humile Saint Hill; Baccharis dracunculifolia DC.; Cenchrus echinatus L; Commelina erecta L.; Erigeron bonariensis L.; Digitaria horizontalis Willd.; Digitaria insularis L.; Porophyllum ruderale Jacq. Cass; Richardia brasiliensis Gomes; Sida rhombifolia L.; Turnera ulmifolia L.; Smilax fluminensis Steud) e foi realizado o screening fitoquímico e a determinação de fenóis e flavonoides totais. Para avaliar a atividade antifúngica in vitro, as soluções hidroalcóolicas nas concentrações de 800, 1200, 1600, 2000 e 2400 µL 100 mL-1 foram incorporadas, separadamente, em ágar BDA, e vertidas em placa de Petri, seguido do disco de micélio do fungo. Como controle, foram preparadas duas soluções, uma solução etanólica adicionada ao meio BDA (2400 µg 100 mL-1), e outra somente com meio BDA, a testemunha. Foram vertidas em placas de Petri, seguido um disco de 0,5 cm de diâmetro de micélio do fungo, incubados (23±2 ºC), com fotoperíodo de 24 horas. Dentre os constituintes encontrados nas plantas, 75% estão os compostos fenólicos, 58,3% estão os heterosídeos cardiotônicos, 50% estão os esteroides, 33,3% estão os flavonoides, 16,7% estão as antraquinonas e 8,3% estão os alcaloides, saponinas e açúcares redutores. Das 12 espécies, apenas os extratos de C. erecta e R. brasiliensis foram ativos para M. phaseolina e R. solani. Desse modo, conclui-se que o extrato etanólico de C. erecta apresenta potencial fungicida para controle de doenças causadas por fungos habitantes do solo. Das demais espécies, a A. humille, B. dracuncufolia, D. insulares, C. erecta, D. insulares, P. ruderale e R. brasiliensis possuem potencial fungitóxicos naturais por destacarem nos teores de polifenóis eficientes na redução do crescimento micelial de M. phaseolina e R. solani.

Palavras-chave:
controle de doenças de plantas; fitopatógenos; ação fungitóxica; substâncias secundárias de plantas; plantas fungicidas

Instituto Internacional de Ecologia R. Bento Carlos, 750, 13560-660 São Carlos SP - Brasil, Tel. e Fax: (55 16) 3362-5400 - São Carlos - SP - Brazil
E-mail: bjb@bjb.com.br