Acessibilidade / Reportar erro

Alfabetismo funcional e o processo de avaliação como instrumento diagnóstico das disfunções temporomandibulares: estudo observacional

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS:

O letramento em saúde é um tema que vem ganhando força nos últimos anos, tanto nas agendas políticas como de investigação de muitos países, no entanto não existem evidências sobre as disfunções temporomandibulares e este tema. O objetivo foi avaliar a associação entre o nível de alfabetismo funcional e a compreensão dos Critérios Diagnósticos para Disfunção Temporomandibular (DC/DTM) por meio do autorrelato e associar o tempo de queixa de DTM com os níveis de letramento funcional.

MÉTODOS:

Trata-se de um estudo observacional, transversal, realizado com 56 pacientes do ambulatório de Disfunções Temporomandibulares (DTM) da Faculdade São Leopoldo Mandic. Para isso foram aplicados o questionário DC/DTM – eixo I, questionário sociodemográfico e testes do Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF).

RESULTADOS:

Mostraram que 85,7% da amostra era do sexo feminino e 14,3% do sexo masculino, predominantemente brancos (60,7%), com escolaridade superior, predominantemente do 3º ano do ensino médio e profissionalmente ativos (57,1%). Verificou-se que 22,5% da amostra eram analfabetos funcionais e 77,5% eram alfabetizados funcionalmente, sendo que 30,6% possuíam nível fundamental. Houve associação significativa entre escolaridade e INAF combinado (p=0,005), bem como entre INAF combinado e tempo de queixa nos intervalos de dor mandibular (p=0,037) quando foram utilizados testes Qui-quadrado. Há evidências que estabelecem que a duração média das queixas de cefaleia (em meses) entre os grupos de alfabetismo é diferente (p=0,001) quando utilizado o teste t de Student. Com base nesses resultados, é possível sugerir que níveis mais baixos de alfabetismo funcional estariam relacionados a uma percepção pouco detalhada das queixas de DTM quanto à duração da queixa e à associação de cefaleia com queixa de DTM.

CONCLUSÃO:

Níveis mais baixos de alfabetismo funcional foram relacionados à percepção pouco detalhada das queixas de DTM quanto à duração e, principalmente, à associação de cefaleia com queixa de disfunção temporomandibular.

Descritores:
Alfabetismo; Diagnóstico; Disfunção temporomandibular

DESTAQUES

Níveis mais baixos de alfabetização funcional estão relacionados à percepção pouco detalhada das queixas de DTM em relação à duração da queixa.

Níveis mais baixos de alfabetização funcional estão relacionados à menor associação de dor de cabeça com uma queixa de distúrbios temporomandibulares.

Quanto menor a capacidade de detalhar os sintomas, maior a chance de ocorrer um diagnóstico incorreto.

Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 937 Cj2 - Vila Mariana, CEP: 04014-012, São Paulo, SP - Brasil, Telefones: , (55) 11 5904-2881/3959 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: dor@dor.org.br