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Hospitalizações por doença de Parkinson e uso de agrotóxicos em áreas urbanas e não urbanas do Brasil

Resumo

Introdução

Poucos estudos avaliaram os efeitos da exposição a agrotóxicos sobre a doença de Parkinson (DP) no Brasil.

Objetivo

Este estudo teve por objetivo investigar essa associação em microrregiões brasileiras.

Método

As taxas de hospitalização (TH) por DP de 1997 a 2007 e os gastos per capita com agrotóxicos em 1985 foram calculados para todas as 552 microrregiões brasileiras. O coeficiente de correlação de Spearman foi utilizado para verificar relação entre as variáveis. Foi calculada a razão de TH (RTH) por DP entre quintis de gastos com agrotóxicos em microrregiões urbanas e não urbanas, usando o 1o quintil como referência.

Resultados

Uma moderada correlação (r = 0,518; p < 0,001) foi observada entre as TH por DP em microrregiões não urbanas e gastos com agrotóxicos. As associações entre gastos com agrotóxicos e RTH por PD foram maiores nas microrregiões não urbanas. Comparadas às microrregiões do 1o quintil, as TH por DP foram de 1,70 a 5,90 vezes maiores nas demais microrregiões. Foi observada uma relação dose-reposta entre as TH por PD e os quintis de uso de agrotóxicos, independentemente de sexo e idade.

Conclusão

Nossos resultados sugerem que o uso de agrotóxicos pode estar associado à DP no Brasil, especialmente em áreas não urbanas, onde o uso é mais intenso.

Palavras-chave:
agrotóxicos; doença de Parkinson; saúde ambiental; hospitalizações; Brasil

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