Coordenação e Controle (Coordination and Control) |
As rotinas ajudam a melhorar o fluxo de informações, eliminando os ruídos, padronizando os canais de comunicação e alinhando comportamentos e linguagens. Ou seja, as rotinas auxiliam na coordenação das atividades, provendo coerência, sequências lógicas e uniformidade nas ações dos indivíduos pertencentes à organização. |
March e Simon (1958)MARCH, J.; SIMON, H. (1958). Organizations. 2. ed. Oxford: Basil Blackwell, 1993., Cyert e March (1963)CYERT, R.; MARCH, J. (1963). A behavioral theory of the firm. Martino Publishing, Mansfield Centre (USA), 2013., Nelson e Winter (1982)NELSON, R.; WINTER, S. (1982). Uma teoria evolucionária da mudança econômica. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005., Langlois (1992)LANGLOIS, R. Transaction cost economics in real time. Industrial and Corporate Change, v. 1, p. 99-127, 1992., Teece, Pisano e Shuen (1997)TEECE, D.; PISANO, G.; SHUEN, A. Dynamic capabilities and strategic management. Strategic Management Journal, v. 18, n. 7, p. 509-533, 1997., Becker (2000BECKER, M. The concept of routines twenty years after Nelson and Winter (1982) – A review of the literature. Aalborg: Danish Research Unit for Industrial Dynamics (DRUID), 2000. (Working Paper, n. 03-06). e 2004)BECKER, M. Organizational routines: a review of the literature. Industrial & Corporate Change, v. 13, n. 4, p. 643-677, 2004., Milagres (2011)MILAGRES, R. Rotinas – Uma revisão teórica. Revista Brasileira de Inovação, v. 10, n. 1, p. 161-196, 2011.
|
Redução de Conflitos ou Promoção de Trégua (Truce) |
As rotinas criam referenciais de comportamento para redução de potenciais conflitos. Ou seja, quando as rotinas indicam ou sinalizam os comportamentos aceitos pela organização, elas minimizam os conflitos de interesses. Para Simon (1993)SIMON, H. Altruism and economics. American Economic Review, v. 83, n. 2, p. 156-161, 1993., este conceito também pode estar relacionado ao potencial comportamento altruísta dos indivíduos. |
March e Simon (1958)MARCH, J.; SIMON, H. (1958). Organizations. 2. ed. Oxford: Basil Blackwell, 1993., Cyert e March (1963)CYERT, R.; MARCH, J. (1963). A behavioral theory of the firm. Martino Publishing, Mansfield Centre (USA), 2013., Nelson e Winter (1982)NELSON, R.; WINTER, S. (1982). Uma teoria evolucionária da mudança econômica. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005., Simon (1993)SIMON, H. Altruism and economics. American Economic Review, v. 83, n. 2, p. 156-161, 1993., Becker (2004)BECKER, M. Organizational routines: a review of the literature. Industrial & Corporate Change, v. 13, n. 4, p. 643-677, 2004., Milagres (2011)MILAGRES, R. Rotinas – Uma revisão teórica. Revista Brasileira de Inovação, v. 10, n. 1, p. 161-196, 2011., Bertels, Howard-Grenville e Pek (2016)BERTELS, S.; HOWARD-GRENVILLE, J.; PEK, S. Cultural molding, shielding and shoring at Oilco: The role of culture in the integration of routines. Organization Science, v. 27, n. 3, p. 573-593, 2016.
|
Economia de Recursos Cognitivos (Economizing on Cognitive Resources) |
As rotinas permitem economizar esforços mentais ajudando no processamento de informações e na capacidade limitada de tomada de decisões. As empresas podem desenvolver padrões e rotinas com o objetivo de permitir o alinhamento dos incentivos, monitorar as atividades e realizar controles dos comportamentos dos colaboradores através de uma estrutura organizacional reduzida e enxuta. |
Simon (1957)SIMON, H. Administrative behavior: a study of decision-making processes in administrative organizations. New York: Macmillan, 1957., March e Simon (1958)MARCH, J.; SIMON, H. (1958). Organizations. 2. ed. Oxford: Basil Blackwell, 1993., Becker e Knudsen (2005)BECKER, M.; KNUDSEN, T. The role of routines in reducing pervasive uncertainty. Journal of Business Research, v. 58, issue 6, p. 746-757, 2005., Becker (2004)BECKER, M. Organizational routines: a review of the literature. Industrial & Corporate Change, v. 13, n. 4, p. 643-677, 2004., Milagres (2011)MILAGRES, R. Rotinas – Uma revisão teórica. Revista Brasileira de Inovação, v. 10, n. 1, p. 161-196, 2011.
|
Promoção de Estabilidade (Stability) |
O papel mais conhecido das rotinas é o da promoção da estabilidade organizacional. Neste aspecto, as rotinas restringem ou incentivam certos comportamentos dos agentes. Enquanto uma determinada rotina existente oferece resultados satisfatórios, nenhuma solução cognitiva consciente é acionada para encontrar outra maneira de executar as tarefas e atingir os mesmos objetivos. |
March e Simon (1958)MARCH, J.; SIMON, H. (1958). Organizations. 2. ed. Oxford: Basil Blackwell, 1993., Cyert e March (1963)CYERT, R.; MARCH, J. (1963). A behavioral theory of the firm. Martino Publishing, Mansfield Centre (USA), 2013., Nelson e Winter (1982)NELSON, R.; WINTER, S. (1982). Uma teoria evolucionária da mudança econômica. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005., Heiner (1983)HEINER, R. The origin of predictable behavior. The American Economic Review, v. 73, n. 4, p. 560-595, 1983., Nelson (1994)NELSON, R. Recent evolutionary theorizing about economic change. Journal of Economic Literature, 33, p. 48-90, 1995., Becker (2000BECKER, M. The concept of routines twenty years after Nelson and Winter (1982) – A review of the literature. Aalborg: Danish Research Unit for Industrial Dynamics (DRUID), 2000. (Working Paper, n. 03-06). e 2004)BECKER, M. Organizational routines: a review of the literature. Industrial & Corporate Change, v. 13, n. 4, p. 643-677, 2004., Zollo e Winter (2002)WINTER, S.; SZULANSKI, G. Replication of organizational routines: conceptualizing of knowledge assets. In: BONTIS, N.; CHOO, C. The strategic management of intellectual capital and organizational knowledge: a collection of readings. Oxford University Press, 2002., Milagres (2011)MILAGRES, R. Rotinas – Uma revisão teórica. Revista Brasileira de Inovação, v. 10, n. 1, p. 161-196, 2011., Feldman, et al. (2016)FELDMAN, M. et al. Beyond routines as things: introduction to the special issue on routine dynamics. Organization Science, v. 27, n. 3, p. 505-513, 2016.
|
Promoção de Mudanças Dinâmicas (Dynamic Changes) |
Um dos achados empíricos mais relevantes é a noção de que as rotinas podem promover mudanças endógenas nas organizações. Se as rotinas promovem estabilidade, há também indicações de que elas mudam de acordo com as experiências, com o aprendizado organizacional e com o contexto externo à organização. Elas podem estar relacionadas também aos processos de busca por inovações deliberadas das organizações. Neste sentido, a literatura aponta a existência de Rotinas de Buscas dedicadas a buscar, selecionar e reter novos procedimentos para obter melhorias e vantagens competitivas. Estas rotinas estão relacionadas ao desenvolvimento de capacidades dinâmicas. |
Nelson e Winter (1982)NELSON, R.; WINTER, S. (1982). Uma teoria evolucionária da mudança econômica. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005., Teece, Pisano e Shuen (1997)TEECE, D.; PISANO, G.; SHUEN, A. Dynamic capabilities and strategic management. Strategic Management Journal, v. 18, n. 7, p. 509-533, 1997., Becker (2000BECKER, M. The concept of routines twenty years after Nelson and Winter (1982) – A review of the literature. Aalborg: Danish Research Unit for Industrial Dynamics (DRUID), 2000. (Working Paper, n. 03-06)., 2004)BECKER, M. Organizational routines: a review of the literature. Industrial & Corporate Change, v. 13, n. 4, p. 643-677, 2004., Zollo e Winter (2002)ZOLLO, M.; WINTER, S. Deliberate learning and the evolution of dynamics capabilities. Organization Science, v. 13, n. 3, p. 339-351, 2002., Milagres (2011)MILAGRES, R. Rotinas – Uma revisão teórica. Revista Brasileira de Inovação, v. 10, n. 1, p. 161-196, 2011., Teece (2007TEECE, D. Explicating dynamic capabilities: the nature and microfoundations of (sustainable) enterprise performance. Strategic Management Journal, n. 28, p. 1319-1350, 2007., 2014TEECE, D. The foundations of enterprise performance: dynamic and ordinary capabilities in an (economic) theory of firms. Academy of Management Perspectives, v. 28, n. 4, p. 328-352, 2014. e 2017)TEECE, D. A capability theory of the firm: an economics and (strategic) management perspective. Tusher Center on Intellectual Capital, 2017. (Working Paper Series, n. 20)., Feldman et al. (2016)FELDMAN, M. et al. Beyond routines as things: introduction to the special issue on routine dynamics. Organization Science, v. 27, n. 3, p. 505-513, 2016.
|
Armazenagem de Conhecimento (Knowledge Storage) |
As rotinas podem ser consideradas como repositórios de conhecimentos nas organizações. Quando uma solução implementada é bem-sucedida para resolver um problema específico, ela pode ser acionada como uma opção para resolver problemas similares de maneira regular, tornando-se uma rotina. Uma característica importante da rotina é sua capacidade de incorporar conhecimentos explícitos (documentados) e implícitos (tácitos). |
Nelson e Winter (1982)NELSON, R.; WINTER, S. (1982). Uma teoria evolucionária da mudança econômica. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005., Teece, Pisano e Shuen (1997)TEECE, D.; PISANO, G.; SHUEN, A. Dynamic capabilities and strategic management. Strategic Management Journal, v. 18, n. 7, p. 509-533, 1997., Becker (2000BECKER, M. The concept of routines twenty years after Nelson and Winter (1982) – A review of the literature. Aalborg: Danish Research Unit for Industrial Dynamics (DRUID), 2000. (Working Paper, n. 03-06)., 2004)BECKER, M. Organizational routines: a review of the literature. Industrial & Corporate Change, v. 13, n. 4, p. 643-677, 2004., Hodgson (2003HODGSON, G. The mystery of the routine: the Darwinian destiny of an evolutionary theory of economic change. Revue Économique, v. 54, n. 2, p. 355-384, 2003. e 2010)HODGSON, G. The concept of a routine. In: BECKER, M. (Ed.). Handbook of organizational routines. Edward Elgar Publishing, Inc., 2010. p. 15-28., Hodgson e Knudsen (2004aHODGSON, G.; KNUDSEN, T. The complex evolution of a simple traffic convention: the functions and implications of habit. Journal of Economic Behavior and Organization, v. 54, n. 1, p. 19-47, 2004a. e 2004b)HODGSON, G.; KNUDSEN, T. The firm as an interactor: firms as vehicles for habits and routines. Journal of Evolutionary Economics, v. 14, issue 3, p. 281-307, 2004b., Knudsen (2010)KNUDSEN, T. Organizational routines in evolutionary theory. In: BECKER, M. (Ed.). Handbook of organizational routines. Edward Elgar Publishing, Inc. 2010. p. 125-151., Milagres (2011)MILAGRES, R. Rotinas – Uma revisão teórica. Revista Brasileira de Inovação, v. 10, n. 1, p. 161-196, 2011., Teece (2007TEECE, D. Explicating dynamic capabilities: the nature and microfoundations of (sustainable) enterprise performance. Strategic Management Journal, n. 28, p. 1319-1350, 2007., 2014TEECE, D. The foundations of enterprise performance: dynamic and ordinary capabilities in an (economic) theory of firms. Academy of Management Perspectives, v. 28, n. 4, p. 328-352, 2014. e 2017)TEECE, D. A capability theory of the firm: an economics and (strategic) management perspective. Tusher Center on Intellectual Capital, 2017. (Working Paper Series, n. 20).
|
Papel Constitutivo (Constitutive Role) |
As instituições e as rotinas absorvem uma “dimensão simbólica” que inclui determinados “valores” ou “visões de mundo”. Isto é, o arcabouço institucional (dentro e fora de uma organização) é internalizado aos valores das pessoas. Uma vez que as rotinas podem carregar valores culturais e ideológicos, os indivíduos as respeitam não por coerção, mas por princípios. |
Chang e Evans (2005)CHANG, H.; EVANS, P. The role of institutions in economic change. In: DE PAULA, S.; DYMSKI, G. Reimagining growth: institutions, development, and society. London: Zed, 2005.
|
Redução de Riscos e Incertezas (Risk and Uncertainty Reducing) |
A redução da incerteza pode ser vista como um dos papéis mais importantes das rotinas organizacionais no mundo empresarial. Para Simon (1997)SIMON, H. Theories of decision-making in economics and behavioral science. The American Economic Review, v. 49, Issue 3, n. 168, p. 253-283, 1997., diante da racionalidade limitada, as escolhas realizadas pelos homens de negócio estão baseadas em regras de decisão relativamente simples, uma vez que eles não possuem todas as habilidades requeridas para lidar com todas as informações disponíveis. As decisões são então baseadas em um repertório de rotinas, no qual os agentes buscam experiências passadas e as aplicam às situações ou aos problemas do presente por meio de tentativas e erros. |
March e Simon (1958)MARCH, J.; SIMON, H. (1958). Organizations. 2. ed. Oxford: Basil Blackwell, 1993., Cyert e March (1963)CYERT, R.; MARCH, J. (1963). A behavioral theory of the firm. Martino Publishing, Mansfield Centre (USA), 2013., Knight (1921)KNIGHT, F. (1921). Risk, uncertainty and profit. Reprints of Economic Classics. New York: Sentry Press, 1964., Nelson e Winter (1982)NELSON, R.; WINTER, S. (1982). Uma teoria evolucionária da mudança econômica. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005., Heiner (1983)HEINER, R. The origin of predictable behavior. The American Economic Review, v. 73, n. 4, p. 560-595, 1983., March e Shapira (1987)MARCH, James. G.; SHAPIRA, Z. Managerial perspectives on risk and risk taking. Management Science, v. 33, n. 11, p. 1404-1418, 1987., Simon (1997)SIMON, H. Theories of decision-making in economics and behavioral science. The American Economic Review, v. 49, Issue 3, n. 168, p. 253-283, 1997., Becker (2000)BECKER, M. The concept of routines twenty years after Nelson and Winter (1982) – A review of the literature. Aalborg: Danish Research Unit for Industrial Dynamics (DRUID), 2000. (Working Paper, n. 03-06)., Almeida (2004), Becker e Knudsen (2005)BECKER, M.; KNUDSEN, T. The role of routines in reducing pervasive uncertainty. Journal of Business Research, v. 58, issue 6, p. 746-757, 2005., Greve (2003bGREVE, H. Organizational routines and performance feedback. In: BECKER, M. (Ed.). Handbook of organizational routines. Edward Elgar Publishing, Inc., 2010. p. 187-204. e 2010)GREVE, H. Organizational routines and performance feedback. In: BECKER, M. (Ed.). Handbook of organizational routines. Edward Elgar Publishing, Inc., 2010. p. 187-204., Knudsen (2005)KNUDSEN, T. Organizational routines in evolutionary theory. In: BECKER, M. (Ed.). Handbook of organizational routines. Edward Elgar Publishing, Inc. 2010. p. 125-151.
|