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Causas de morte e condenação de órgãos no abate de ovinos em sistema de confinamento no Sul do Rio Grande do Sul

RESUMO:

No Rio Grande do Sul está localizado o segundo maior rebanho de ovinos do Brasil e a demanda pelo consumo de carne desta espécie animal tem aumentado nos últimos anos. As criações em sistema intensivo têm tido um avanço considerável nesta região com o objetivo de aumentar a produção de ovinos para o abate e obter um lote uniforme, garantindo melhor qualidade da carne aos consumidores. Por outro lado, a aglomeração e o estresse que os animais passam pode levar a ocorrência de enfermidades e trazer prejuízos econômicos aos produtores. Os objetivos deste trabalho foram determinar as principais causas de morte que afetaram ovinos em um sistema intensivo de criação, estabelecer formas de controle e profilaxia das enfermidades diagnosticadas, bem como estimar as perdas econômicas delas decorrentes. Objetivou-se, também, determinar as causas de condenação de órgãos ou carcaças nos frigoríficos aos quais os ovinos eram enviados para o abate, para estimar as perdas neste setor produtivo. Para isso, foi realizado um trabalho de acompanhamento em um estabelecimento localizado no município de São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul, no período de outubro de 2020 até setembro de 2021. Os ovinos mortos eram necropsiados e o diagnóstico realizado com base nos sinais clínicos, patologia e bacteriologia. As principais enfermidades diagnosticadas foram as parasitoses (15,4%) e as pneumonias (13%), seguidas de listeriose (9,6%). As lesões que levaram ao maior número de condenações foram hidatidose (29,9%), congestão renal (26,2%) e isquemia renal (25,8%). A estimativa de perdas econômicas no ano de 2021 foi de R$17.480,00, enquanto as perdas por morte de ovinos nos anos 2019 e 2020 foram de aproximadamente R$50.000,00 e R$54.000,00, respectivamente. Ficou evidenciada a importância da assistência técnica para a redução dessas perdas por mortalidade de ovinos criados em sistema intensivo. Observou-se, ainda, que os rins foram os órgãos mais frequentemente descartados para o consumo e que o valor de descarte como resíduo era oito vezes menor do que o valor dos rins aptos para o consumo.

TERMOS DE INDEXAÇÃO:
Enfermidades de ovinos; criação intensiva; mortalidade; condenação de órgãos; abate

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