RESUMO
Objetivo:
Evidências apontam que a adaptabilidade de carreira e o engajamento são características que contribuem para o enfrentamento de desafios inerentes à carreira militar. Satisfação com o trabalho surge como uma das variáveis que interagem com ambas, uma vez que otimiza a manutenção da performance. O presente artigo tem por objetivo examinar a rede psicológica (RP) das variáveis mencionadas.
Originalidade/valor:
A interação entre as variáveis mencionadas é bem documentada na literatura, porém não são observados estudos no contexto da educação militar. Informação sobre redes oferece insights críticos para o desenvolvimento de treinamento baseado em forças, direcionados para comportamentos, crenças e atitudes altamente influentes para os estudantes.
Design/metodologia/abordagem:
O desenho de pesquisa foi seccional e de base quantitativa. Um total de 962 alunos do sexo masculino do segundo (n = 323; 33,6%), terceiro (n = 345; 35,9%) e quarto (n = 294; 30,6%) anos da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), entre 18 e 26 anos responderam aos formulários. Dentre os instrumentos, é possível listar: questionário sociodemográfico, a Escala de Satisfação com o Trabalho, Escala de Adaptabilidade de Carreira e a Escala Utrecht de Engajamento no Trabalho para Estudantes. Redes psicológicas foram estimadas para a amostra, considerando também a alocação dos participantes por ano de formação.
Resultados:
Um dos principais achados indica que a RP tende a perder conectividade durante os anos de formação, especialmente considerando os itens de satisfação e engajamento. Estudantes da Aman podem experimentar naturalmente um processo de desconexão de um contexto acadêmico/educacional, e, por esse motivo, constructos representativos desse tipo de experiência começam a perder configuração como um gráfico. Estudos longitudinais são necessários para confirmar diferenças detectadas entre estudantes dos diferentes anos.