RESUMO

O Cerrado brasileiro se destaca com relação à produção de grãos, no entanto, nesta região a ocorrência de veranicos e pluviosidade irregular prejudica drasticamente a produção não irrigada. Manejos conservacionistas favorecem a qualidade física do solo e, por consequência, a eficiência do consumo de água do solo. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade física do solo, em função dos manejos conservacionistas adotados, por meio do uso de indicadores de qualidade física do solo, e verificar sua relação com o estoque de carbono no solo e a produtividade de grãos no Cerrado mineiro. Para tal, foram avaliados seis tratamentos: sistemas de monocultura de soja (1) e de milho (2) em nível médio de investimento em adubação, sucessão soja-milho em nível médio (3) e alto (6) de investimento em adubação, e sucessão soja-milho consorciado com braquiária (Urochloa ruziziensis) em nível médio (4) e alto (5) de investimento em adubação, na fase de implantação do plantio direto. Os tratamentos 3, 4, 5 e 6 apresentaram melhoria na qualidade física do solo em relação ao monocultivo. Indicadores da distribuição dos poros e carbono orgânico foram os principais responsáveis por discriminarem os sistemas intensificados. Atributos relacionados à disponibilidade de água foram importantes para o crescimento vegetal na camada de 0-0,05 m, enquanto que para a camada de 0,15-0,20 m destacou-se a maior aeração do solo. A produtividade não se correlacionou com os atributos avaliados.

Palavras-chave:
Urochloa ruziziensis; manejo do solo; propriedades hídricas do solo; sucessão de culturas; análise de componentes principais