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Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Volume: 41, Número: 5, Publicado: 2019
  • Prevalência e associação de anomalias congênitas de acordo com índice de massa corporal materno: Estudo transversal Original Article

    Moraes, Carolina Leão de; Mendonça, Carolina Rodrigues; Melo, Natália Cruz e; Amaral, Waldemar Naves do

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar e comparar a prevalência de anomalias congênitas (ACs) estruturais de acordo com o índice de massa corporal (IMC) materno. Métodos Estudo transversal envolvendo gestantes com fetos diagnosticados com ACs estruturais por ultrassonografia morfológica entre novembro de 2014 e janeiro de 2016. O estado nutricional das gestantes foi classificado de acordo como valor bruto do índice de massa corporal. As gestantes foram categorizadas em quatro grupos: baixo peso, peso adequado, sobrepeso e obesidade. A análise estatística foi realizada no programa Stata/SE versão 12.0 (Stata Corporation, College Station, TX), comvalores de p ≤ 0,05 considerados estatisticamente significantes. Resultados Um total de 223 gestantes tiveram fetos diagnosticados com ACs. A prevalência de AC estrutural emgestantes combaixo peso foi de 20,18%, emgestantes com peso adequado foi de 43,50%, em gestantes com sobrepeso foi de 22,87%, e em gestantes com obesidade foi de 13,45%. A prevalência de anomalias do sistema nervoso central (SNC) e do sistema geniturinário foi alta para os quatro grupos. Observou-se associação positiva entre múltiplas anomalias em gestantes com peso adequado (razão de prevalência [RP] = 1,65; p ≤ 0,004) e entre anomalias do sistema linfático em gestantes obesas (RP = 4,04, p ≤ 0,000). Conclusão A prevalência das anomalias do SNC e do sistema geniturinário foi alta em todas as categorias de IMC. Gestantes obesas foram associadas a anomalias do sistema linfático. Portanto, o rastreamento e a identificação dos fatores de risco para as AC são importantes, independentemente do IMC materno. Nossos achados reforçam a importância de discutir com gestantes sobre a nutrição materna e seu efeito no desenvolvimento fetal e no desfecho neonatal.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To evaluate and compare the prevalence of structural congenital anomalies (CAs) according to maternal body mass index (BMI). Methods The present cross-sectional study involved pregnant women with fetuses diagnosed with structural CAs through morphological ultrasonography between November 2014 and January 2016. The nutritional status of the pregnant women was classified according to the gross value of the body mass index. The pregnant women were categorized into four groups: low weight, adequate weight, overweight, and obesity. Statistical analysis was performed using Stata/SE version 12.0 (Stata Corporation, College Station, TX), with values of p ≤ 0.05 considered statistically significant. Results A total of 223 pregnant women had fetuses diagnosed with CAs. The prevalence of structural CAs in pregnant women with lowweight was of 20.18%, of 43.50% in pregnant women with adequate weight, of 22.87% in pregnant women with overweight, and of 13.45% in pregnant women with obesity. The prevalence of central nervous system (CNS) anomalies and of genitourinary systemanomalieswas high for the four groups of pregnant women. A positive association was observed between multiple anomalies in pregnant women with adequate weight (prevalence ratio [PR] = 1.65; p ≤ 0.004) and between anomalies of the lymphatic system in obese pregnant women (PR = 4.04, p ≤ 0.000). Conclusion The prevalence of CNS and genitourinary systemanomalies was high in all of the BMI categories. Obese pregnancies were associated with lymphatic system anomalies. Therefore, screening and identification of the risk factors for CAs are important, regardless of the maternal BMI. Our findings reinforce the importance of discussing with pregnant women maternal nutrition and its effect on fetal development and on neonatal outcome.
  • Conhecimento de adolescentes gestantes sobre o papilomavírus humano Original Article

    Tanaka, Erika Zambrano; Kamizaki, Sílvia Souza; Quintana, Silvana Maria; Pacagnella, Rodolfo de Carvalho; Surita, Fernanda Garanhani

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar o nível de informação que as adolescentes gestantes possuem em relação ao papilomavírus humano (HPV). Métodos Estudo descritivo desenvolvido no ambulatório pré-natal adolescente de um hospital terciário do estado de São Paulo, Brasil. Os dados foram coletados entre junho e dezembro de 2017, após a aprovação do comitê de ética e pesquisa (CAAE: 1.887.892/2017). A amostra foi composta por adolescentes gestantes com ≤18 anos que frequentaram o ambulatório. Foram excluídas as com transtorno psiquiátrico diagnosticado e as portadoras de deficiência auditiva ou de cognição. Após aceitarem participar do presente estudo, as adolescentes grávidas assinaram o termo de assentimento e consentimento livre e esclarecido. Para as análises estatísticas, foramutilizados os testes de qui-quadrado e exato de Fisher. Resultados Em relação ao conhecimento sobre o HPV, 123 (80,92%) já tinham ouvido falar sobre o assunto; destas adolescentes, 77 (50,66%) receberam as informações que tinham através de suas escolas, e 101 (66,45%) pacientes não sabiam como poderiam contrair o vírus. A variação da idade das adolescentes entrevistadas não influenciou se estas sabiam ou não como se prevenir contra o HPV (p = 0,2562). A variável vacina está associada à prevenção contra o HPV (p < 0,0001). Conclusão As gestantes avaliadas possuem conhecimento sobre o HPV, mas não fazem a prevenção adequada, visto que um pouco mais da metade se vacinaram, não relataram o preservativo e a vacina como métodos eficazes de prevenção, e não relacionaram o HPV com o câncer de colo de útero.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To evaluate the level of information possessed by pregnant adolescents regarding the human papillomavirus (HPV). Methods Descriptive study developed in the adolescent prenatal outpatient clinic of a tertiary hospital fromthe state of São Paulo, Brazil. Data were collected between June and December 2017 following approval from the ethics and research committee (CAAE: 1.887.892/2017). Pregnant adolescents, ≤18 years old, who attended the abovementioned outpatient section, composed the sample. Those diagnosed with a psychiatric disorder and those with hearing or cognitive disabilities were excluded. After acceptance to participate in the present study, the pregnant adolescents signed an Informed Consent Form. Regarding the statistical analysis, the chi-squared test and the Fisher exact test were used. Results Regarding the knowledge about HPV, 123 (80.92%) of the participants had already heard about the subject; for 77 (50.66%), their schools had been the source of the information; 101 (66.45%) did not know how they could be infected by the virus. Age variation did not influence their knowledge on how to prevent themselves from HPV (p = 0.2562). The variable vaccine is associated with HPV prevention (p < 0.0001). Conclusion The pregnant adolescents composing the sample have shown to have knowledge about HPV. However, they do not prevent themselves from it appropriately, given that little more than half of the sample was vaccinated, had not reported an understanding that the use of preservatives and vaccination are effective means of prevention, and did not correlate HPV with uterine cervical cancer.
  • Perfil de gestantes com Diabetes Mellitus Gestacional com maior risco para recém-nascidos grandes para a idade gestacional Original Article

    Tavares, Maria da Glória Rodrigues; Lopes, Érika Sales; Barros, Rosy Anne de Jesus Pereira Araújo; Azulay, Rossana Santiago de Sousa; Faria, Manuel dos Santos

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Diabetes mellitus gestacional (DMG) está associado a um maior risco de morbidade e mortalidade perinatais, e sua principal complicação é a ocorrência de recém-nascidos grandes para idade gestacional (GIG). O presente estudo visa caracterizar as gestantes com DMG e identificar fatores associados à ocorrência de recémnascidos GIG nesta população. Métodos Estudo transversal realizado a partir da coleta de dados de prontuário de mulheres cujo acompanhamento pré-natal e parto foram realizados na Unidade Materno-Infantil do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão, MA, Brasil. Foram incluídas 116 gestantes diagnosticadas com DMG pelo critério do International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSG). Resultados As variáveis associadas à GIG após análise multivariada foram: obesidade pré-gestacional (OR= 11,6; IC 95%: 1,40-95,9), macrossomia anterior (OR = 34,7; IC 95%: 4,08-295,3), glicemia em jejum elevada no 3° trimestre (OR = 2,67; IC 95%: 1,01-7,12) e alteração combinada no teste de tolerância oral à glicose (jejum + pósdextrose) (OR= 3,53; IC 95%: 1,17-10,6). Ganho de peso inferior reduziu o risco para GIG (OR= 0,04; IC 95%: 0,01-0,32). Conclusão Obesidade anterior à gestação, macrossomia prévia, níveis elevados de glicose no sangue no 3° trimestre e alteração combinada no TOTG foram fatores preditivos independentes para os recém-nascidos GIG em gestantes com DMG.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective Gestational diabetes mellitus (GDM) is associated with a higher risk of perinatal morbidity and mortality, and its main complication is the occurrence of large for gestational age (LGA) newborns. The present study aims to characterize pregnant women with GDM and to identify factors associated with the occurrence of LGA newborns in this population. Methods A cross-sectional study was performed based on medical records of women whose prenatal care and delivery were performed at the Maternal and Child Unit of the HospitalUniversitário of theUniversidade Federal doMaranhão, state of Maranhão, Brazil.A total of 116 pregnant women diagnosed with GDMwere included according to the criteria of the International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSG). Results The variables associated with LGA newborns after multivariate analysis were: obesity prior to pregnancy (OR = 11.6; 95% CI: 1.40-95.9), previous macrosomia (OR = 34.7; 95% CI: 4.08-295.3), high blood glucose levels in the 3rd trimester (OR = 2,67; 95% CI: 1.01-7.12) and combined change in the oral glucose tolerance test (OGTT) (fasting + postdextrose) (OR = 3.53;95%CI:1.25-14.2) = 1.17-10.6).Otherwise, insufficientweight gain during pregnancy reduced the risk for LGA newborns (OR = 0.04; 95% CI: 0.01-0.32). Conclusion Obesity prior to pregnancy, previous macrosomia, high blood glucose levels in the 3rd trimester, and combined change in the OGTT were independent predictive factors for LGA newborns in pregnant women with GDM.
  • Abordagem laparoscópica no estadiamento cirúrgico do carcinoma do endométrio Original Article

    Mouraz, Mariana; Ferreira, Cátia Sofia; Gonçalves, Sónia; Martins, Nuno Nogueira; Martins, Francisco Nogueira

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Comparar a abordagem laparoscópica com a laparotômica no estadiamento cirúrgico do carcinoma do endométrio. Métodos Avaliação retrospectiva de uma coorte de mulheres com diagnóstico préoperatório de cancro do endométrio submetida a estadiamento cirúrgico. As principais variáveis do estudo foram: morbilidade e mortalidade, tempo de internamento hospitalar, eventos adversos peri-operatórios e taxa de recorrência. A análise dos dados foi realizada com o programa SPSS v25 (IBM Corp, Armonk, NY, EUA), para as variáveis categóricas utilizou-se o teste do Qui-quadrado e o teste de Fisher, e para as variáveis contínuas o teste t de Student. Resultados A amostra foi constituída por 162 doentes. 138 pacientes preencheram os critérios de inclusão, 41 das quais foram submetidas a estadiamento por laparoscopia e 97 por laparotomia. As conversões de laparoscopia para laparotomia ocorreram em 2 doentes (4,9%) e foram secundárias a dificuldades técnicas e má exposição. A laparoscopia teve menos eventos adversos pós-operatórios quando comparada à laparotomia (7,3% versus 23,7%, respectivamente; p = 0,005), mas taxas semelhantes de complicações intraoperatórias, apesar do tempo operatório significativamente maior (mediana 175 a 130 minutos, respetivamente; p < 0,001). A permanência hospitalar foi significativamente menor na abordagem laparoscópica (mediana de 3 versus 7 dias, respectivamente; p < 0,001). Não houve diferenças nas taxas de recorrência ou mortalidade. Conclusão O estadiamento cirúrgico laparoscópico para carcinoma do endométrio é exequível e seguro. As doentes apresentam uma menor taxa de complicações pósoperatórias e tempo de internamento mais curto quando comparados aos da abordagem por laparotomia.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To compare laparoscopy with laparotomy for surgical staging of endometrial cancer. Methods A cohort of women with preoperative diagnosis of endometrial cancer who underwent surgical staging was retrospectively evaluated. The main study end points were: morbidity and mortality, hospital length of stay, perioperative adverse events and recurrence rate. Data analysis was performed with the software SPSS v25 (IBM Corp., Armonk, NY, USA), categorical variables using a Chi-square and Fisher test, and continuous variables using the Student t-test. Results Atotal of 162 patientswere analyzed. 138 patientsmet the inclusion criteria, 41of whom underwent staging by laparoscopy and 97 by laparotomy. Conversions from laparoscopy to laparotomy happened in 2 patients (4.9%) and were secondary to technical difficulties and poor exposure. Laparoscopy had fewer postoperative adverse events when compared with laparotomy (7.3% vs 23.7%, respectively; p = 0.005), but similar rates of intraoperative complications, despite having a significantly longer operative time (median, 175 vs 130 minutes, respectively; p < 0.001). Hospital stay was significantly lower in laparoscopy versus laparotomy patients (median, 3 vs 7 days, respectively; p < 0.001). No difference in recurrence or mortality rates were observed. Conclusion Laparoscopic surgical staging for endometrial cancer is feasible and safe. Patients have lower postoperative complication rates and shorter hospital stays when compared with the approach by laparotomy.
  • Qualidade de vida entre estudantes universitárias com síndrome pré-mesntrual Original Article

    Victor, Fernanda Figueira; Souza, Ariani Impieri; Barreiros, Cynthia Danúbia Tavares; Barros, João Lucas Nunes de; Silva, Flavia Anchielle Carvalho da; Ferreira, Ana Laura Carneiro Gomes

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Avaliar a qualidade de vida entre estudantes universitárias com síndrome pré-menstrual (SPM). Métodos Foi realizadoum estudo transversal na Faculdade Pernambucana de Saúde, em Recife, no período de agosto de 2016 a julho de 2017. Foram investigadas variáveis sociodemográficas, ginecológicas, estilo de vida e a ocorrência de SPM entre 642 estudantes. Foi utilizada a forma abreviada do questionário de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL Bref, na sigla em inglês) para avaliar quatro domínios da qualidade de vida: físico, mental, social e meio ambiente. Para a definição de SPM, foramconsiderados os critérios do Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas. Resultados Das 642 estudantes, 49,9% apresentaram SPM, sendo 23,3% SPM na forma leve e 26,6%, transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM). A maioria das estudantes tinha entre 18 e 24 anos de idade, possuia ciclosmenstruais regulares e praticava atividade física. Em relação aos domínios físico e mental do WHOQOL-Bref, observou-se diferença estatisticamente significante entre as estudantes que não apresentavam SPM e as que apresentavam SPM, tanto a forma leve quanto o TDPM (p < 0,001). Também foi encontrada diferença no domínio “relações sociais” e “meio ambiente” entre aquelas que não tiveramTPMe as que tiveramTPMleve (p = 0,001 e p = 0,009, respectivamente). Conclusão A SPM leve e o TDPM têm alta prevalencia entre estudantes universitárias da área de saúde e pode influenciar a autoavaliação das estudantes em todos os domínios da qualidade de vida.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To evaluate the quality of life among university students with premenstrual syndrome (PMS). Methods The cross-sectional study was conducted at the Faculdade Pernambucana de Saúde, in Recife, Brazil, between August 2016 and July 2017. Sociodemographic, gynecological, and lifestyle variables, and PMS occurrence, were investigated among 642 students. The short form of the World Health Organization Quality of Life (WHOQOL Bref) questionnaire was used to evaluate four domains of the quality of life of the students: physical, mental, social relationships, and environmental. The American College of Obstetricians and Gynecologists’ criteria were used to define PMS. Results Of the 642 students, 49.9% had PMS, 23.3% had mild PMS and 26.6% had premenstrual dysphoric disorder (PMDD). Most of the students were between 18 and 24 years old, had regular menstrual cycles, and practiced physical activity. Regarding the physical and mental domains of the WHOQOL-Bref questionnaire, a statisticallysignificant difference was observed between the students who did not have and those who had mild or PMDD (p < 0.001). A difference was also found between the students who did not have PMS and those who had mild PMS in the social relationships (p = 0.001) and environmental domains (p = 0.009). Conclusion Mild PMS and PMDD are prevalent among university students on healthrelated courses, and the syndrome can affect the students’ self-assessment of all the domains of quality of life.
  • Pré-eclâmpsia/Eclâmpsia Febrasgo Statement

    Peraçoli, José Carlos; Borges, Vera Therezinha Medeiros; Ramos, José Geraldo Lopes; Cavalli, Ricardo de Carvalho; Costa, Sérgio Hofmeister de Almeida Martins; Oliveira, Leandro Gustavo de; Souza, Francisco Lazaro Pereira de; Korkes, Henri Augusto; Brum, Ione Rodrigues; Nascimento, Maria Laura Costa do; Corrêa, Mário Dias; Sass, Nelson; Diniz, Angélica Lemos Debs; Cunha, Edson Viera da

    Resumo em Português:

    Resumo A pré-eclâmpsia é uma doença multifatorial e multissistêmica específica da gestação. É classicamente diagnosticada pela presença de hipertensão arterial associada à proteinúria em gestante previamente normotensa após a 20a semana de gestação. A préeclâmpsia também é considerada na ausência de proteinúria se houver lesão de órgãoalvo. A presente revisão tem uma abordagem geral focada em aspectos de interesse prático na assistência clínica e obstétrica dessas mulheres. Assim, explora a etiologia ainda desconhecida, aspectos atuais da fisiopatologia e do diagnóstico e diagnóstico diferencial de convulsões, a abordagem da predição da doença, seus resultados adversos e prevenção. A conduta baseia-se em princípios gerais, tratamento clínico não farmacológico e farmacológico de situações graves ou não graves, com ênfase na crise hipertensiva e eclâmpsia. O controle obstétrico se fundamenta na pré-eclâmpsia sem ou com sinais de deterioração clínica e/ou laboratorial, estratificação da idade gestacional abaixo de 24 semanas, entre 24 e menos de 34 semanas e 34 ou mais semanas de gestação e orientação na via de parto. Uma abordagem imediata do puerpério e repercussões na vida futura de gestantes que desenvolvem pré-eclâmpsia também foram apresentadas.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Pre-eclampsia is a multifactorial and multisystemic disease specific to gestation. It is classically diagnosed by the presence of hypertension associated with proteinuria manifested in a previously normotensive pregnant woman after the 20th week of gestation. Pre-eclampsia is also considered in the absence of proteinuria if there is target organ damage. The present review takes a general approach focused on aspects of practical interest in the clinical and obstetric care of these women. Thus, it explores the still unknown etiology, current aspects of pathophysiology and of the diagnosis, the approach to disease prediction, its adverse outcomes and prevention. Management is based on general principles, on nonpharmacological and on pharmacological clinical treatment of severe or nonsevere situations with emphasis on the hypertensive crisis and eclampsia. Obstetric management is based on preeclampsia without or with signs of clinical and/or laboratory deterioration, stratification of gestational age
  • Exposição maternal ao álcool e baixo peso ao nascer: revisão sistemática e metanálise Review Article

    Pereira, Priscilla Perez da Silva; Mata, Fabiana Araújo Figueiredo Da; Figueiredo, Ana Claudia Morais Godoy; Silva, Roberta Borges; Pereira, Maurício Gomes

    Resumo em Português:

    Resumo Objetivo Investigar a associação entre a exposição maternal ao álcool e o baixo peso ao nascer. Método A busca na literatura ocorreu em janeiro de 2017 nas seguintes bases de dados eletrônicas: Medline, Embase, LILACS, SciELO, Web of Science, Scopus, CINHAL, Proquest, e PsychInfo. A estratégia de busca utilizou os seguintes termos: alcohol drinking, binge drinking, alcohol-related disorders, alcoholism, alcohol addiction/use/ abuse/consumption, light/moderate/social/low drinking, low birthweight, case-control studies, retrospective studies, e cohort studies. Não houve restrição de idioma e ano de publicação. A busca na literatura identificou 2.383 artigos, e depois de analisados conforme os critério de elegibilidade, foram incluídos na revisão sistemática 39 estudos, e 38 estudos foram incluídos na metanálise. Resultados A amostra foi composta por 497.023 gestantes. O consumo materno de álcool foi associado ao baixo peso ao nascer entre os estudos de coorte retrospectiva (risco relativo [RR] = 1,37; IC [intervalo de confiança] 95%: 1,10-1,77; I2 = 98,4%; p < 0,01). Os estudos de coorte prospectiva (RR = 1,11; IC95%: 0,98-1,25; I2 = 81,5%; p < 0,01) e caso-controle (razão de chances [OR, na sigla em inglês] = 1,16; IC95%: 0,68-1,97; I2 = 61,2%; p = 0,05) não apresentaram associação entre o consumo e o desfecho. Não foi identificado viés de publicação, e a metarregressão mostrou que o tamanho da amostra influenciou a heterogeneidade entre os estudos de coorte prospectiva. Na análise por subgrupo, houve diferenças entre os grupos por tamanho de amostra, por tipo de ajuste e por ano de publicação. Conclusão Não encontramos associação entre o consumo e o baixo peso ao nascer em todas as análises por subgrupo. Além disso, encontramos alta heterogeneidade entre os estudos primários, e isto se deve possivelmente às diferenças metodológicas na condução destes estudos.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Objective To investigate the relationship between maternal exposure to alcohol and low birthweight (LBW). Methods The literature search was performed in January 2017 using the following electronic databases: Medline, Embase, LILACS, SciELO, Web of Science, Scopus, CINHAL, Proquest, and PsychInfo. The search strategy used the following terms: alcohol drinking, binge drinking, alcohol-related disorders, alcoholism, alcohol addiction/ use/abuse/consumption, light/moderate/social/low drinking, low birthweight, case-control studies, retrospective studies, and cohort studies. No restrictions regarding language or publication date were considered. The literature search yielded 2,383 articles, and after screening and eligibility assessment, 39 articles were included in the systematic review, and 38 studies were included in the meta-analysis. Results Maternal alcohol consumption was associated with LBWamong retrospective cohort studies (relative risk [RR] = 1.37; 95%CI [confidence interval]:1.10-1.77; I2 = 98.4%; p < 0.01). Prospective cohort studies (RR = 1.11; 95%CI: 0.98-1.25; I2 = 81.5%; p < 0.01), and case-control studies (odds ration [OR] = 1.16; 95%CI: 0.68-1.97; I2 = 61.2%; p = 0.05) showed no association between alcohol and LBW.No publication bias was identified, and the meta-regression showed that the sample size influenced the high heterogeneity among retrospective cohort studies. The subgroup analysis showed differences in association between groups when compared by sample size, type of adjustment, or crude measures and publication year. Conclusions We have not found an association between alcohol consumption during gestation and LBW in the analysis in all of the subgroups. In addition, we have found a high heterogeneity between the primary studies, which is related to methodological differences in the conduction of these studies.
  • Fertilização in vitro e vasa previa: relato de dois casos Case Report

    Isotton, Ana Lúcia; Salazar, Cristiano Caetano; Peralta, Cleisson Fábio Andrioli; Abdalla, Juliana Moysés Leite; Vettorazzi, Janete

    Resumo em Português:

    Resumo Vasa previa (VP) é uma condição obstétrica perigosa associada a mortalidade e morbidade perinatais. Fertilização in vitro (FIV) é um fator de risco para VP devido à alta incidência de placentação anormal. O diagnóstico deve ser realizado no período pré-natal, pois a possibilidade de mortalidade fetal é extremamente elevada. Relatamos dois casos para demonstrar a acurácia da ultrassonografia transvaginal no diagnóstico pré-natal de VP. Mulher caucasiana, primigesta, de 40 anos, submetida a FIV, foi diagnosticada com VP na 29ª semana de gestação e hospitalizada para observação na 31ª semana de gestação. A paciente foi submetida à cesariana eletiva com 34 semanas e 4 dias, sem complicações, com recém-nascido do sexo masculino, pesando 2.380 g, e com Apgar de 10 no 5° minuto. Mulher caucasiana, primigesta, de 36 anos, subetida a FIV, foi diagnosticada com placenta prévia, placenta bilobada, acretismo placentário e VP. Cordão umbilical com inserção velamentosa. A paciente foi hospitalizada para observação na 26ª semana de gestação. Foi submetida à cesariana de emergência com33 semanas e 4 dias por sangramento vaginal. O recém nascido do sexo feminino pesou 2.140 g, com Apgar de 9 no 5°minuto. O diagnóstico de VP no período pré-natal associou-se a um desfecho favorável nos dois casos, corroborando observações anteriores de que a FIV é um fator de risco para VP e de que todas as gestações por FIV deveriam ser avaliadas por ultrassonografia transvaginal.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Vasa previa (VP) is a dangerous obstetric condition associated with perinatal mortality and morbidity. In vitro fertilization (IVF) is a risk factor for VP due to the high incidence of abnormal placentation. The diagnosis should be made prenatally, because fetal mortality can be extremely high. We report two cases to demonstrate the accuracy of transvaginal ultrasound in the prenatal diagnosis of VP. A 40-year-old primiparous Caucasian woman with IVF pregnancy was diagnosed with VP at 29 weeks of gestation and was hospitalized for observation at 31 weeks of gestation. She delivered a male newborn weighing 2,380 g, with an Apgar score of 10 at 5 minutes, by elective cesarean section at 34 weeks + 4 days of gestation, without complications. A 36-yearold primiparous Caucasian woman with IVF pregnancy was diagnosed with placenta previa, bilobed placenta increta and VP. The cord insertion was velamentous. She was hospitalized for observation at 26 weeks of gestation. She delivered a female newborn weighing 2,140 g, with an Apgar score of 9 at 5 minutes, by emergency cesarean section at 33 weeks + 4 days of gestation due to vaginal bleeding. The prenatal diagnosis of VP was associated with a favorable outcome in the two cases, supporting previous observations that IVF is a risk factor for VP and that all IVF pregnancies should be screened by transvaginal ultrasound.
  • Ectopia cordis associada à pentalogia de Cantrell-relato de caso Case Report

    Madi, José Mauro; Festugatto, José Roberto; Rizzon, Matheus; Agostini, Ana Paula; Araújo, Breno Fauth de; Garcia, Rosa Maria Rahmi

    Resumo em Português:

    Resumo A pentalogia de Cantrell (PC) é uma rara anomalia congênita caracterizada por alterações nas estruturas medianas mesodérmicas e doenças cardíacas congênitas, cursando muitas vezes com um mau prognóstico. Em 1958, Cantrell et al2 definiram o espectro completo da síndrome com as seguintes anomalias: defeitos do diafragma anterior, da parte inferior do esterno, da região supraumbilical e parede abdominal, do pericárdio diafragmático, e várias anormalidades congênitas intracardíacas. O presente relato relaciona-se a um caso de ectopia cordis associado à PC e à importância da participação de uma equipe multidisciplinar no acompanhamento da doença.

    Resumo em Inglês:

    Abstract Pentalogy of Cantrell (PC) is a rare congenital anomaly characterized by changes in the mesodermal median structures and congenital heart disease, often with a poor prognosis. In 1958, Cantrell et al2 defined the full spectrum of the syndrome with the following anomalies: defects of the anterior diaphragm, of the lower part of the sternum, of the supraumbilical region and the abdominal wall, of the diaphragmatic pericardium, and various intracardiac congenital abnormalities. The present report describes a case of ectopia cordis associated with PC and the importance of the participation of a multidisciplinary team in the treatment of this condition.
  • Authors’ Reply Letter To Editor

    Vaughan, Laurence M.; Malinowski, Douglas P.
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