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Cricotireoidostomia de emergência: medida contemporizadora ou via aérea definitiva? Uma revisão sistemática

RESUMO

A cricotireoidostomia, por ser um método rápido e, em geral, realizado com sucesso em ambientes pré e intra-hospitalares por profissionais treinados, tem sido amplamente preconizada como a via aérea cirúrgica inicial diante da situação "impossível intubar, impossível ventilar" e é especificamente útil quando a obstrução das vias aéreas ocorre na glote ou em nível supraglótico. Seu uso prolongado é, contudo, controverso. Nesta revisão procuramos avaliar as complicações da cricotireoidostomia de emergência, bem como, a necessidade rotineira de sua posterior conversão para traqueostomia através de pesquisa de estudos publicados sobre cricotireoidostomia de emergência nas bases de dados PubMed, LILACS e SciELO, sem restrição quanto ao ano de publicação. Assim foram identificados 791 estudos, dos quais 20 foram selecionados para leitura do texto integral, e, destes, nove foram incluídos nesta revisão. A taxa de complicações em curto prazo variou de zero a 31,6%, e a de complicações em longo prazo variou de zero a 7,86%. A estenose subglótica foi a principal complicação em longo prazo, relatada em 2,9 a 5% dos procedimentos. A taxa de conversão para traqueostomia variou de zero a 100%. Apesar da incidência reduzida de complicações em longo prazo o baixo nível de evidência dos estudos revisados não permite recomendar a cricotireoidostomia como uma via aérea definitiva segura.

Descritores:
Cartilagem Cricoide; Manuseio das Vias Aéreas; Cuidados de Suporte Avançado de Vida no Trauma; Medicina de Emergência Baseada em Evidências.

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