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A neutralidade analítica em questão: um percurso clínico-político1 1 Trabalho baseado na monografia Psicanálise da tortura: a neutralidade analítica em questão, entregue em 2019 ao Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ como requisito para obtenção do título de Graduação em Psicologia.

The issue of analytical neutrality: A clinical-political trajectory

La neutralité analytique en question: un parcours clinique-politique

La neutralidad analítica en cuestion: un percurso clínico-político

O objetivo deste artigo é examinar os múltiplos sentidos atribuídos à noção de neutralidade analítica. Tal palavra foi usada pela primeira vez por Strachey na tradução inglesa do texto “Observações sobre o amor transferencial” e emergiu nas discussões clínicas dos pós-freudianos e psicólogos do ego sobre abstinência e contratransferência. Em seguida, uma investigação sobre a história do movimento psicanalítico brasileiro demonstra, mediante notícias e relatos do Caso Amílcar Lobo, candidato a analista envolvido com a tortura política, que a noção de neutralidade foi empregada para ocultar a omissão das instituições nacionais e internacionais frente à violência de Estado durante a ditadura militar. Defendemos a importância de entrelaçar ambas as perspectivas teórica e sociopolítica para considerar a questão da neutralidade com a devida complexidade.

Palavras-chave
Neutralidade analítica; contratransferência; abstinência analítica; história da psicanálise; neutralidade política


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