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PODEMOS FALAR INGLÊS? REFLEXÕES SOBRE O INGLÊS NÃO FALADO NO BRASIL

RESUMO

Este ensaio explora a questão da produção oral em inglês como língua estrangeira no Brasil. Relaciona-se a dificuldade de alguns alunos brasileiros para falar a língua com questões de autoridade e legitimidade em uma história particular de políticas linguísticas. O interesse no tema surgiu porque muitos alunos brasileiros que sabem inglês dizem que não conseguem falar a língua e se abstêm de pronunciá-la ou conversar na língua . O estudo baseia-se num quadro metodológico discursivo para a análise de postagens recolhidas em fóruns de discussão em diferentes sites. Em primeiro lugar, a formulação Eu não consigo falar Inglês - é utilizada como um enunciado de referência para a análise e verificação de uma regularidade discursiva em operação no Brasil. Em seguida, um quadro teórico pós-colonial apoia a discussão sobre as condições de possibilidade para falar a língua inglesa como língua estrangeira numa ex-colônia Portuguesa. A autora argumenta que o fantasma do falante nativo, idealizado, impede os alunos de reconhecer o inglês que já sabem como legítimo e de falar a língua, e aponta que a dignidade é um discurso possível para desconstruir o posicionamento colonial e de silenciamento que ainda existe com relação à oralidade nessa língua estrangeira.

Palavras-chave:
Inglês como língua estrangeira; pós-colonialismo; discurso.

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