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Antropologia dos resíduos: uma agenda de pesquisa para o estudo das cidades na era das mudanças climáticas

Resumo

O artigo teoriza a antropologia dos resíduos como campo de conhecimento apropriado para pensar e agir no mundo contemporâneo caracterizado pelas mudanças climáticas. Diante do Antropoceno e da subversão das fronteiras “modernas”, propõe os resíduos como chave de análise privilegiada para compreender como as cidades se reconfiguram enquanto "paisagens urbanas Antropocênicas". Ao definir a antropologia dos resíduos como"epistemologias do Antropoceno", o texto traça um panorama conceitual da discussão que fornece um conjunto de questões teóricas, metodológicas e políticas. O conceito de "infraestruturas residuais" é discutido a partir de dois casos etnográficos no Rio de Janeiro para demonstrar o potencial dos resíduos de renovar a antropologia das cidades, articulando os crescentes campos dos estudos dos resíduos e os estudos de infraestruturas. Na conclusão, a política dos resíduos, que emerge das infraestruturas residuais, também é concebida como uma política do conhecimento, delineando uma agenda de pesquisa para esse campo de estudos em expansão indicando caminhos possíveis para a ação em vista de um futuro incerto.

Palavras-chave:
Resíduos; Plásticos; Antropoceno; Infraestruturas urbanas; Cidades

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