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A fundoscopia na era dos smartphones: métodos atuais de oftalmoscopia na neurologia

Resumo

A observação da retina humana in vivo começou em 1851, após a invenção do primeiro oftalmoscópio pelo físico alemão Hermann von Helmholtz. Nas décadas seguintes, a oftalmoscopia direta e indireta, com o uso de oftalmoscópios e lentes condensadoras, respectivamente, tornou-se parte do exame clínico, especialmente em oftalmologia e neurologia. Hoje, mais de 170 anos depois, diversos oftalmoscópios e lentes condensadoras estão disponíveis no mercado. No entanto, a oftalmoscopia ainda não é amplamente realizada no exame físico de médicos generalistas e o ensino da oftalmoscopia na faculdade de medicina ainda é desafiador. Estudos mostram que estudantes preferem usar modelos novos de oftalmoscópio ou lentes condensadoras durante seu treinamento, porém a maioria dos estudantes não se sente suficientemente confiante em realizar oftalmoscopia mais tarde, mesmo quando utilizam os modelos mais novos. Além disso, poucos alunos adquirem oftalmoscópios para sua prática futura, e ensaios clínicos não demonstraram uma clara superioridade dos novos modelos de oftalmoscópio em relação ao modelo convencional em acurácia diagnóstica. O aperfeiçoamento tecnológico das câmeras de smartphones nos últimos anos tornou possível fotografar o fundo do olho utilizando oftalmoscópios ou lentes condensadoras, reduzindo a necessidade de retinógrafos e equipamentos similares. A fundoscopia indireta realizada com smartphones vem se tornando cada vez mais popular. Esta abordagem permite a adequada identificação das estruturas do fundo do olho, é custo-efetiva, fácil de implementar e permite o fácil registro e compartilhamento das imagens obtidas, o que é útil para discussão de casos clínicos e para o ensino médico. Entretanto, ensaios clínicos controlados para a validação deste método na avaliação de patologias do nervo óptico são necessários.

Palavras-chave:
Oftalmoscopia; Oftalmoscópios; Smartphone

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