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Editorial

Os Cadernos Nietzsche receberam a classificação A1 na última avaliação da Qualis/ CAPES.

Desde que as avaliações começaram a ser feitas, os Cadernos Nietzsche sempre estiveram entre os periódicos mais bem avaliados do país. Certamente vários fatores contribuíram para isso, como a manutenção da periodicidade, a diversidade de autores oriundos de várias regiões do Brasil, a expressiva presença de autores estrangeiros e a excelência dos artigos publicados. Há que se destacar, também, o empenho das muitas pessoas do Grupo de Estudo Nietzsche, pois elas contribuíram com as muitas tarefas que a publicação de um periódico exige. Nesse sentido, há que se destacar o trabalho pioneiro de Scarlett Marton e, mais recentemente, o de Ivo da Silva Júnior, pois, sem dúvida, sua atuação à frente dos Cadernos foi decisiva para essa realização.

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Esta edição da revista é, em sua primeira seção, um desdobramento da anterior por trazer a segunda parte do dossiê "Nietzsche na Espanha". O artigo de Manuel Barrios Barrios Casares aborda o niilismo e o pós-humanismo, numa discussão que confronta Nietzsche com a apropriação que dele faz Sloterdijk; o de Remedios Ávila analisa a relação de Nietzsche com o romantismo, mostrando-nos como o filósofo interpreta sua filiação inicial à concepção romântica e por que dela se distancia pelo viés de suas noções de saúde e doença; já o de Jesus Conill-Sancho, que finaliza o dossiê, revê as principais leituras sobre a questão política no filósofo alemão para afirmar que há um giro político da última fase do pensamento nietzschiano, inspirado na "fisiologia do poder", e que instaura o que Nietzsche denominou a "grande política".

O dossiê "Recepção: Nietzsche no Brasil: núcleo histórico" conta, em sua terceira parte, com cinco textos da primeira metade do Século XX, os quais abordam o tema do Übermensch, especialmente no livro Assim falava Zaratustra. É mais uma contribuição para tornar público outra vez um intenso trabalho de escrita, na imprensa nacional, de textos sobre Nietzsche e sua obra, revelando o interesse sempre renovado que o filósofo despertou na cultura brasileira. Observando a temporalidade dos artigos, atualizamos apenas algumas questões formais, deixando à apreciação do leitor as formas de escrita que revelam como Nietzsche chegou até nós.

A seção Varia contém quatros textos: o de Gianfranco Ferraro analisa Ecce homo como um tipo de escrita em diálogo com a tradição confessional; o de Camilo Pereira compara o vínculo entre arte e fisiologia em O nascimento da tragédia e Crepúsculo dos ídolos; o de André Itaparica aborda a crítica de Nietzsche à noção de conhecimento, enquanto o de Lawrence Hatab relaciona vontade de potência e política, defendendo que a adoção por Nietzsche da estrutura agonística da vida social proporciona uma alternativa robusta para a filosofia política, em especial no que diz respeito às instituições legais e à política democrática. Este número se encerra com a resenha de Nuno Ribeiro para a segunda edição do livro de Wilson Frezzatti, Nietzsche contra Darwin.

O "Dossiê Nietzsche no Brasil" foi organizado por Geraldo Dias, que, juntamente com Lucas Redó e Saulo Krieger, fez a transcrição dos textos. Aos três, gostaríamos de expressar nossos agradecimentos.

Márcio José Silveira Lima

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Dez 2015
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