Acessibilidade / Reportar erro

Explorando a relação entre instabilidade patelofemoral e morfologia óssea: descobertas e desafios

O acompanhamento das alterações no desenvolvimento ósseo é crucial para identificar precocemente problemas, possibilitando intervenções e tratamentos necessários para assegurar um crescimento ósseo saudável e prevenir complicações futuras, como o desenvolvimento precoce de osteoartrite (osteoartrose)(11 Augusto ACL, Goes PCK, Flores DV, et al. Imaging review of normal and abnormal skeletal maturation. Radiographics. 2022;42:861–79.).

Exames de imagem, como raios-X, ressonância magnética e tomografia computadorizada, desempenham papel essencial na avaliação de anomalias no desenvolvimento ósseo. Esses exames oferecem informações detalhadas sobre a morfologia óssea, permitindo diagnósticos precisos, planejamento terapêutico e monitoramento da progressão e eficácia dos tratamentos(22 Thomas S, Rupiper D, Stacy GS. Imaging of the patellofemoral joint. Clin Sports Med. 2014;33:413–36.,33 Barbosa RM, Silva MV, Macedo CS, et al. Imaging evaluation of patellofemoral joint instability: a review. Knee Surg Relat Res. 2023;35:7.).

A instabilidade patelofemoral é comum em pacientes jovens, sendo motivo frequente para avaliação por imagem. Anomalias ósseas na patela, tróclea femoral e tíbia são fatores cruciais nessa condição. No manejo desses pacientes, especialmente ao considerar uma abordagem cirúrgica, os médicos frequentemente recorrem a exames de imagem para mensurar e quantificar essas alterações ósseas, como medidas de altura, lateralização e inclinação patelar, grau de displasia troclear e a medida da distância sulco troclear–tuberosidade tibial anterior(44 Díaz-Allende P, Osorio-Riquelme V, Colmenares-Sandoval O, et al. Anterior knee pain: a simplified assessment and management algorithm. Acta Ortop Mex. 2023;37:126–36.,55 D’Ambrosi R, Meena A, Raj A, et al. Anterior knee pain: state of the art. Sports Med Open. 2022;8:98.). Além disso, outros achados de imagem, não restritos ao joelho, como torsões femoral e tibial e eixo mecânico frontal do membro inferior, têm sido debatidos como potenciais fatores relacionados com a instabilidade patelofemoral(66 Imhoff FB, Funke V, Muench LN, et al. The complexity of bony malalignment in patellofemoral disorders: femoral and tibial torsion, trochlear dysplasia, TT-TG distance, and frontal mechanical axis correlate with each other. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2020;28:897–904.).

O estudo de Jacob et al.(77 Jacob S, Mahalingam H. Medial condyle hypoplasia in adolescent and young adult patients with trochlear dysplasia: a retrospective study. Radiol Bras. 2023;56:321–6.) publicado neste número da Radiologia Brasileira explora um aspecto pouco estudado da instabilidade patelofemoral: a relação com o côndilo femoral medial. Esse estudo realizou uma análise morfológica dos côndilos femorais em exames de ressonância magnética de adolescentes e adultos jovens, divididos em um grupo com displasia troclear e outro grupo controle sem sinais de instabilidade patelofemoral. O achado mais relevante foi a hipoplasia do côndilo femoral medial em pacientes jovens com displasia troclear em comparação aos controles. No entanto, o estudo possui limitações, como o número relativamente pequeno de casos e controles e a heterogeneidade quanto à maturação do desenvolvimento esquelético dos indivíduos analisados. Estudos com amostras maiores podem consolidar essa evidência e analisar diferenças entre gêneros e grupos étnicos. Investigações de populações em maturação esquelética podem esclarecer quando e como essa hipoplasia condilar se manifesta. Outra linha de pesquisa é a possível inter-relação entre instabilidade patelofemoral, hipoplasia do côndilo femoral medial e alterações nos compartimentos femorotibiais. Por fim, é fundamental compreender a importância clínica dessa hipoplasia para a instabilidade patelofemoral.

Os exames de imagem desempenham papel crucial na avaliação de pacientes com dor na região anterior do joelho(22 Thomas S, Rupiper D, Stacy GS. Imaging of the patellofemoral joint. Clin Sports Med. 2014;33:413–36.,33 Barbosa RM, Silva MV, Macedo CS, et al. Imaging evaluation of patellofemoral joint instability: a review. Knee Surg Relat Res. 2023;35:7.,44 Díaz-Allende P, Osorio-Riquelme V, Colmenares-Sandoval O, et al. Anterior knee pain: a simplified assessment and management algorithm. Acta Ortop Mex. 2023;37:126–36.,55 D’Ambrosi R, Meena A, Raj A, et al. Anterior knee pain: state of the art. Sports Med Open. 2022;8:98.,66 Imhoff FB, Funke V, Muench LN, et al. The complexity of bony malalignment in patellofemoral disorders: femoral and tibial torsion, trochlear dysplasia, TT-TG distance, and frontal mechanical axis correlate with each other. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2020;28:897–904.), e o estudo de Jacob et al.(77 Jacob S, Mahalingam H. Medial condyle hypoplasia in adolescent and young adult patients with trochlear dysplasia: a retrospective study. Radiol Bras. 2023;56:321–6.) destaca um aspecto pouco explorado da disfunção patelofemoral: a hipoplasia do côndilo femoral medial. Essas descobertas ressaltam a necessidade contínua de pesquisas para ampliar nosso entendimento dessa condição e melhorar os cuidados direcionados a pacientes com instabilidade patelofemoral.

REFERENCES

  • 1
    Augusto ACL, Goes PCK, Flores DV, et al. Imaging review of normal and abnormal skeletal maturation. Radiographics. 2022;42:861–79.
  • 2
    Thomas S, Rupiper D, Stacy GS. Imaging of the patellofemoral joint. Clin Sports Med. 2014;33:413–36.
  • 3
    Barbosa RM, Silva MV, Macedo CS, et al. Imaging evaluation of patellofemoral joint instability: a review. Knee Surg Relat Res. 2023;35:7.
  • 4
    Díaz-Allende P, Osorio-Riquelme V, Colmenares-Sandoval O, et al. Anterior knee pain: a simplified assessment and management algorithm. Acta Ortop Mex. 2023;37:126–36.
  • 5
    D’Ambrosi R, Meena A, Raj A, et al. Anterior knee pain: state of the art. Sports Med Open. 2022;8:98.
  • 6
    Imhoff FB, Funke V, Muench LN, et al. The complexity of bony malalignment in patellofemoral disorders: femoral and tibial torsion, trochlear dysplasia, TT-TG distance, and frontal mechanical axis correlate with each other. Knee Surg Sports Traumatol Arthrosc. 2020;28:897–904.
  • 7
    Jacob S, Mahalingam H. Medial condyle hypoplasia in adolescent and young adult patients with trochlear dysplasia: a retrospective study. Radiol Bras. 2023;56:321–6.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    04 Mar 2024
  • Data do Fascículo
    Nov-Dec 2023
Publicação do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem Av. Paulista, 37 - 7º andar - conjunto 71, 01311-902 - São Paulo - SP, Tel.: +55 11 3372-4541, Fax: 3285-1690, Fax: +55 11 3285-1690 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: radiologiabrasileira@cbr.org.br