RESUMO
A compreensão do conceito de interseccionalidade, por vezes, é aprisionada a interpretações identitárias que desconfiguram a sua relevância. Este ensaio pretende apresentar a emergência histórica da noção de interseccionalidade e, para isso, problematiza o conceito de gênero nos estudos feministas desde a abordagem relacional, evidenciando o gênero enquanto categoria, à crítica radical pós-estruturalista, que questiona a substancialidade do gênero e, portanto, evidencia a importância da compreensão interseccional das relações de gênero em seu movimento de produção, de controle e exclusão de subjetividades dissidentes da norma branca cisheteropatriarcal. Sendo assim, destaca-se, neste ensaio, a importância histórica do movimento feminista negro na luta contra os processos de exclusão e silenciamento, propondo uma leitura interseccional e rompendo com a proposta identitária e substancialista do conceito de gênero.
PALAVRAS-CHAVE
interseccionalidade; feminismos; gênero